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Privatização do Banestado completa 22 anos

Banco público do Paraná, Banestado foi privatizado durante leilão no dia 17 de outubro de 2000.

Com os bancos públicos em permanente risco de privatização pelo Governo Bolsonaro, é importante lembrar que a venda do Banco do Estado do Paraná (Banestado) completa hoje 22 anos. O Banestado foi privatizado e vendido ao Itaú via leilão no dia 17 de outubro de 2000, pelo valor de R$ 1,6 bilhão, após o então governador Jaime Lerner reagir à ameaça de intervenção pelo Banco Central do então presidente Fernando Henrique Cardoso. O banco foi levado à falência por práticas de realização de empréstimos de alto risco.

📌 Leia mais: O que a privatização do Banestado ensina à população?

O Banestado tinha cerca de 400 agências e 500 postos de atendimento quando foi vendido e empregava 15 mil trabalhadores distribuídos por 370 dos 399 municípios do Paraná. Começou a ser sucateado em 1994, com o início da gestão de Jaime Lerner como governador do Paraná, e foi vendido em 2000. Na data do leilão, trabalhavam no banco 7.683 funcionários em 376 agências, uma média de 20,4 trabalhadores por agência.

Junto com a compra subfaturada, o Itaú também ganhou a manutenção das contas do governo por cinco anos e, ainda, 20% das ações da Copel em títulos precatórios. Já a dívida para liquidar as fraudes no banco, antes da privatização, ainda onera os cofres do Paraná até hoje e vai perdurar até 2048. Dois anos após o leilão, o Itaú já havia fechado um grande número de agências, consideradas deficitárias. Nesse período, a média de demissões de funcionários oriundos do Banestado era de 10 a 15 por dia. Dos pouco mais de sete mil funcionários do banco existentes na época da privatização, hoje restam menos de 500 trabalhando no Itaú.

Os resultados das privatizações

O Banestado teve o mesmo destino de outros públicos estaduais, como o Banespa, o Banerj e o Bemge: passaram a ser geridos por instituições financeiras privadas, que demitiram trabalhadores até então concursados, que perderam sua estabilidade, e fecharam inúmeras agências bancárias, dificultando o acesso da população em locais mais distantes numa época em que a tecnologia dos serviços bancários era ainda embrionária e não havia internet.

Até 1997, o Brasil possuía 30 bancos ou Caixas estaduais, controlados pelos governos de seus respectivos estados. A partir desse ano, os governadores se desfizeram dos bancos estaduais sob a alegação que teriam mais recursos para a saúde, educação e segurança (esse argumento era expresso nos editais de leilão). Entretanto, o Programa de Incentivo a Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária custou R$ 73 bilhões aos cofres públicos, mas passou longe de resolver o problema dos estados. Ao contrário, gerou novas dívidas, pois o programa absorveu a chamada “parte podre”, que eram os créditos de difícil recuperação ou créditos de liquidação duvidosa. Os bancos privados ficaram com instituições totalmente saneadas e os estados com a quase impossível missão de cobrar essas dívidas, além de assumirem a conta final.

Livro Banestado: Uma história interrompida

Por ocasião dos 20 anos da privatização, em 2020, um grupo de ex-funcionários do banco escreveu o livro 1928-2000 Banestado: Uma história interrompida, para contar sobre o tortuoso processo de venda do Banestado. A trajetória do banco foi relembrada na obra lançada pela Editora ComPactos, que conta também com a análise de alguns convidados sobre o papel social dos bancos públicos. Confira:

Websérie 20 anos sem o Banestado

Também em 2020, a Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT Paraná) realizou uma websérie em três capítulos para avaliar quais os impactos da venda da instituição financeira que era o principal instrumento de fomento à economia paranaense em nível regional, além de relembrar como o processo de privatização ocorreu e quais foram os seus reflexos para a classe trabalhadora. Confira:

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