Bancos são líderes em remessa de lucros para o exterior. Entre janeiro de 2005 e março deste ano, as instituições financeiras mandaram US$ 2 bilhões para fora do país, o equivalente a quase 40% do total de remessas feitas no período.
Os dados divulgados pelo Banco Central mostram que em segundo lugar da lista ficaram as empresas da área de alimentos e bebidas, que, no mesmo período, enviaram US$ 1,172 bilhão a seus acionistas estrangeiros. Logo depois, vieram as chamadas “holdings”, empresas que administram outras empresas, que mandaram US$ 1,015 bilhão para fora do país nesses 15 meses.
Segundo a pesquisa, juntos, esses três grupos de companhias responderam por 75% das remessas de lucros e dividendos efetuadas entre 2005 e 2006. Além dessa concentração, chama a atenção o fato de as empresas que mais enviaram ganhos para o exterior não serem, necessariamente, aquelas que mais receberam investimentos estrangeiros ao longo dos anos.
Os dados mostram que em dezembro de 2005, empresas estrangeiras possuíam um total de US$ 184 bilhões investidos no Brasil. Desse valor, a maior parte (US$ 35,962 bilhões) estava aplicada no setor de telecomunicações. As instituições financeiras ficaram em sétimo lugar nessa relação, com um estoque de US$ 11,411 bilhões em investimentos estrangeiros.
Lucros em alta
A explicação para que os bancos sejam as empresas que mais enviam dinheiro para o exterior está na lucratividade. De acordo com os dados da Economática, um conjunto de 25 instituições financeiras teve lucro de R$ 20,515 bilhões no ano passado. O segmento fica atrás apenas da Petrobras, com ganhos de R$ 23,725 bilhões, e ganha das três empresas de mineração com ações negociadas em Bolsa de Valores, que apuraram um resultado de R$ 12,290 bilhões.
Para se ter idéia de quanto os bancos movimentam, só nas últimas semanas, foram efetuadas operações de grande porte, como a compra do Pactual pelos suíços do UBS e a transação entre o Itaú e o BankBoston: o Itaú assumiu os negócios do BankBoston no Brasil e, em troca, o controlador do BankBoston, o Bank of America, se tornou sócio minoritário do banco brasileiro.
