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Bancos se negam a promover igualdade de oportunidades

Os cinco maiores bancos privados do país – e conseqüentemente as empresas mais lucrativas da economia brasileira – não querem nem ouvir falar em igualdade de oportunidades para mulheres e negros em seu quadro funcional. Os banqueiros admitem que há discriminação, mas disseram que no Brasil “é assim mesmo” e se negaram a participar do “Programa de Promoção da Igualdade para todos”, lançado em abril pela Procuradoria Geral do Trabalho.

No último dia 18, representantes do Bradesco, Itaú, Unibanco, HSBC e ABN/Real se reuniram com o vice-procurador Geral do Trabalho e Coordenador Nacional da Coordigualdade, Otavio Brito Lopes, e se negaram a promover políticas de igualdade de oportunidades e tratamento em suas empresas.

A justificativa é um tapa na cara do movimento social negro e feminista: “A desigualdade constatada pelo MPT é fruto de uma situação social há muito tempo instalada no pais e os bancos têm procurado caminhos para solucionar ou pelo menos tentar solucionar este problema. Os bancos vêm adotando programas para promoção da inclusão na área de recrutamento e seleção, buscando vínculos com ONGs e Associações de afro-descendentes para localizar possíveis recrutáveis”.

Para a secretária de Políticas Sociais da CNB/CUT, Neide Aparecida Fonseca, os programas atuais de inclusão de afro-descendentes e mulheres não têm metas, já que há muita dificuldade para tal definição. “Apesar disso, os programas de ação afirmativa atualmente existente podem ser ampliados. Mas os bancos entendem que é preciso expandir os programas existentes sem estabelecer metas”, lamentou Neide.

Para o procurador Lopes, que é coordenador do Programa, os bancos foram escolhidos para esta primeira etapa por serem o setor que mais lucra no país em qualquer situação. “Começamos com os cinco maiores bancos privados. Em meados de junho nos reunimos com os advogados escolhidos pelos banqueiros e detalhamos o Programa, provando que há discriminação por gênero e raça. Os representantes dos banqueiros questionaram nossos dados, porém, esqueceram-se que a Procuradoria havia requisitado esses números aos próprios bancos”, explicou o procurador.

Os banqueiros pediram em junho “um tempo” para estudar a proposta da Procuradoria. Marcaram, então, uma nova reunião para a segunda-feira passada, quando o Ministério Público do Trabalho pretendia instalar os procedimentos para apurar indícios de prática de discriminação fundada em gênero e raça. “Os bancos não permitiram a entrada do movimento sindical e social. Como os banqueiros negaram a adesão, o MPT instalará agora uma Ação Civil Pública. A orientação é de que as instituições que quiserem ingressar como Assistente Processual o façam, de preferência, numa Petição Única, para facilitar o andamento da ação”, detalhou Neide Fonseca.

O Movimento Social Negro prepara para agosto uma manifestação em Brasília, quando será entregue a petição. “Nós, do movimento sindical bancário, precisamos nos manifestar o mais rápido possível sobre o assunto”, ressaltou Neide.

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