Desconsiderando a importância das negociações da categoria bancária, que não envolve apenas as duas partes, mas o interesse de milhares de pessoas e da sociedade, os banqueiros disseram-se desrespeitados e se retiraram da negociação com a Executiva Nacional dos Bancários, realizada no final da manhã desta segunda, em São Paulo.
A Executiva havia solicitado a retomada das negociações, como vem fazendo há tempo, e reapresentou a sua contraproposta, aprovada em diversas assembléias, de reajuste de 19% e abono de R$ 1.500, como forma de reabrir o diálogo. Protestou ainda pela falta de negociações durante o período da greve.
Os representantes dos bancos reforçaram que não concordavam em alterar os custos da proposta e exigiram que a Executiva se retratasse sobre o que consideraram uma “falta de respeito”, em relação à falta de negociações. Sem condições para a continuidade do diálogo, a comissão dos bancos solicitou o cancelamento da reunião.
“Se há falta de respeito foi com o bom andamento do processo negocial. Tentamos negociar durante toda a greve. Não houve desrespeito por parte dos bancários. Os bancos desrespeitam a sociedade diariamente com juros altos, tarifas, filas, spreads elevadíssimos e falta de investimento para possibilitar o crescimento do país”, disse Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT e coordenador da Executiva Nacional dos Bancários.
Ele ressaltou que os bancos não podem se esconder atrás de uma pseudocontrariedade para negociar não com os bancários. A Executiva já solicitou que a reunião fosse retomada amanhã e aguarda a confirmação por parte da Fenaban.
O presidente da CNB/CUT espera que o diálogo seja de fato restabelecido amanhã a partir das propostas já colocadas em discussão. “Os bancários sempre estiveram dispostos a conversar e esperamos que amanhã o diálogo seja retomado de forma que possa evoluir e assim solucionarmos a campanha salarial dos bancários”, disse.
A Executiva também lembra que já solicitou negociações com as direções do Banco do Brasil e da Caixa para discutir a aplicação do julgamento do TST e a discussão sobre as cláusulas não julgadas.
Fonte: Meire Bicudo – CNB/CUT
25/10/2004