Uma nova atitude covarde da Caixa Econômica Federal justifica plenamente o protesto dos trabalhadores bancários, realizado no dia 29 de setembro, que queimou um boneco que representava a presidente da Caixa, Maria Fernanda. Desta vez, a instituição financeira está tentando incitar os funcionários contra o movimento sindical, divulgando boatos de que há uma proposta diferenciada, muito mais interessante do que a divulgada no final da tarde de ontem (8).
De acordo com os boatos, em videoconferência com superintendentes de todo o país, a presidente da instituição financeira teria apresentado uma proposta econômica diferente da anunciada em negociação. Ou seja, a empresa quer divulgar informações distorcidas. O comentário está sendo difundido entre os gestores. O objetivo é óbvio: desmobilizar os trabalhadores e colocá-los contra o movimento sindical.
O Sindicato dos Bancários lamenta a atitude da Caixa. Ao invés de privilegiar o diálogo transparente e a via negocial, a instituição financeira está adotando postura imoral e estimulando a prática antissindical em seus gestores. Se há uma proposta, ela deve ser apresentada aos representantes dos trabalhadores e não utilizada como argumento para uma sórdida manobra de manipulação.
Infelizmente, a postura da Caixa não impressiona. A instituição financeira ingressou com um interdito proibitório contra o Sindicato, com punição de R$ 50 mil por dia caso a entidade não cumpra a decisão. A Caixa ainda entrou com um pedido para majorar a multa, ou seja, elevar a punição caso haja descumprimento da ordem judicial. Não foi só isso, o banco colocou, diante de seus prédios administrativos em Curitiba (Conselheiro Laurindo e Praça Carlos Gomes), dezenas de seguranças (vigilância ostensiva). Um contingente impressionante, com a justificativa de proteção do patrimônio público. Em nenhuma outra greve isto foi visto.
As atitudes da Caixa indignaram os trabalhadores, já que nunca se viu o banco agir desta forma e não é aceitável que estas medidas sejam tomadas exatamente quando o banco é gerido por uma trabalhadora da Caixa.
A Caixa está sendo pioneira em atitudes covardes.
Ao invés de "abrir caminhos para os trabalhadores" – atitude que se espera de uma presidente que faz parte da categoria -, a empresa prefere se omitir.