Este final de semana será decisivo para a categoria bancária. Cerca de 600 bancários de todo o país reúnem-se na 7ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro para definir as principais reivindicações, estratégias, plano de lutas e eixos de mobilização para a campanha nacional 2005.
A Conferência ocorre nos dias 30 e 31 de julho e foi antecedida por conferências regionais ou estaduais e por encontros nacionais dos funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos privados.
Além de tratarem das questões específicas, estes encontros tiraram como indicativo para ser debatido na Conferência Nacional, o reajuste composto pela reposição da inflação do último ano, mais aumento real de salários, totalizando 11,77%. Foi ratificada também a unificação da campanha salarial envolvendo BB, Caixa, privados e demais bancos com negociações na Fenaban.
Na Conferência, os bancários debaterão ainda um novo formato para a sua comissão de negociação. Hoje a Executiva Nacional dos Bancários, organismo responsável pelas negociações, é formado por um representante de cada federação filiada à CUT, uma representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso (não filiada) e é coordenada pela CNB/CUT. O novo modelo proposto é que sejam agregados a ela representantes dos 10 maiores sindicatos do país e das coordenações das comissões dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A Executiva passaria a se chamar Comando Nacional dos Bancários.
Foi aprovada durante o encontro de bancos privados resolução no sentido de propor mudanças na política econômica vigente, com a adoção de metas para o crescimento econômico e do emprego, com fim da política de superávit primário; pela redução das taxas de juros e aumento da oferta de crédito produtivo pelos bancos. Esta será submetida aos delegados da 7ª Conferência neste final de semana. Tanto o Congresso do BB como o da Caixa aprovou um texto com base na Carta ao Povo Brasileiro, elaborada recentemente pela CUT.
“Neste ano, a partir das alterações propostas pela Executiva Nacional, foram realizados diversos eventos, com o envolvimento real dos trabalhadores da base, onde foram levadas muitas informações para serem debatidas. Então nossa expectativa é que a Conferência Nacional seja o grande catalisador de tudo o que já foi construído anteriormente e as deliberações sejam também muito mais próximas da realidade e necessidade dos trabalhadores”, afirmou Miguel Pereira, secretário de Organização da CNB/CUT.
Bancários comemoram 20 anos de organização nacional
Durante a Conferência deste ano, os bancários irão comemorar ainda os 20 anos de organização nacional da categoria. Em 1985 ocorreu a primeira greve com abrangência nacional da categoria bancária e neste mesmo ano foi criado o Departamento Nacional dos Bancários (DNB), transformado posteriormente em Confederação Nacional dos Bancários (CNB).
A comemoração ocorre no dia 30, a partir das 19h, no mesmo espaço da Conferência e contará com a presença dos ex-presidentes da Confederação, entre eles Ricardo Berzoini, que foi o primeiro presidente do DNB e da CNB. Também deverá comparecer à comemoração o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro das Cidades, Olívio Dutra, que foi fundador do Departamento Nacional dos Bancários.
Confira a programação da Conferência:
Dia 30 de julho
09h00 – Abertura com saudação da Executiva Nacional dos Bancários
09h30 – Exposição e debate sobre Conjuntura Nacional
11h00 – Leitura e aprovação do Regimento da 7ª Conferência
11h30 – Exposição do Dieese sobre o “Setor Bancário: aspectos operacionais”
12h00 – Esclarecimentos
12h30 – Almoço
14h00 – Eixos prioritários
1) Renda e emprego
2) Saúde e Condições de trabalho
18h00 – Encerramento dos trabalhos do dia
Dia 31 de julho
09h30 – Lançamento da cartilha “Assédio Moral”
10h00 – Estratégia de campanha
•
Organização da negociação
•
Índice
•
Mobilização
•
Minuta
13h00 – Encerramento da Conferência Nacional
Fonte: CNB/CUT
