Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

Conferência Mundial da UNI Finanças debate presente e futuro do trabalho no setor financeiro

Foi realizada nesta quinta-feira, 23 de agosto, na Philadelphia, Estados Unidos, a Conferência Mundial da UNI Finanças, braço da UNI Global Union (sindicato global) para os trabalhadores do ramo financeiro. A Conferência Mundial da UNI Finanças é um evento que antecede a 6ª Conferência Mundial de Mulheres da UNI Global Union, que acontecerá nos dias 25 e 26 de agosto; e o 6º Congresso da UNI Global Union, do dia 27 a 30 de agosto; ambos também na Philadelphia.

Debates

Durante a Conferência, foram debatidas questões do ramo financeiro, preocupações que afligem os trabalhadores do ramo em âmbito mundial como, por exemplo, formas de regular a digitalização do trabalho; a inteligência artificial; algorítmicos; a regulamentação do trabalho em plataformas digitais; e como criar uma regulação para que os ganhos da tecnologia sejam divididos com os trabalhadores e com a sociedade em geral, uma vez que o avanço tecnológico advém em grande parte de investimentos públicos em universidades e na formação de cientistas nas mais variadas áreas. Ao contrário do que ocorre hoje, com o capitalismo se apropriando do avanço tecnológico não para apoiar o trabalho humano, e sim para substituí-lo.

O secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, apresentou um diagnóstico do uso da tecnologia no ramo financeiro brasileiro e falou sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais, fintechs e bigtechs. Também estiveram em pauta estratégias para o fortalecimento dos sindicatos, uma vez que dados da OIT e OCDE mostram uma queda da densidade sindical. O que demanda a realização de campanhas fortes de sindicalização, uma vez que sindicatos são um instrumento de defesa da democracia em todos os lugares do mundo. Onde existem sindicatos fortes e negociação coletiva atuante, respeitada e valorizada pelos empresários e governos, existem políticas sociais mais fortes; desenvolvimento social, econômico e cultural; através da negociação coletiva é possível dirimir a desigualdade salarial entre homens e mulheres, promover a inclusão de pessoas marginalizadas, e produzir riquezas que serão divididas por toda a sociedade. Outro tema central da Conferência Mundial da UNI Finanças foi como efetivar uma transição justa para um mundo sustentável, com especial atenção às mudanças climáticas, e como o setor financeiro está inserido e pode colaborar com este processo.

Os bancos e o caos climático

No debate sobre Transição justa, com especial atenção às mudanças climáticas, foi apresentado o estudo Banking on climate chaos – Fossil fuel report 2023, liderado pela associação Rainforest Action Network, entre outras entidades, que aborda o papel dos bancos no financiamento da exploração de combustíveis fósseis, que contribuem de forma significativa para o aquecimento global.

O debate deixou claro que para uma transição justa das matrizes energéticas, com a necessária eliminação gradual dos combustíveis fósseis, os países mais ricos, que são os maiores emissores de CO2, devem ter as metas mais ambiciosas de redução. Inclusive, apoiando neste processo os países mais pobres, o sul global, uma vez que estas nações são as que menos emitem CO2, mas são as mais afetadas pela mudança climática e pelos eventos catastróficos decorrentes.

As organizações que construíram o estudo cobram que os bancos proíbam todo financiamento para expansão da exploração de combustíveis fósseis; adotem metas de redução de emissões totalmente financiadas, visando a emissão zero no mais tardar até 2050; exijam planos de transição energética robustos de todos os clientes que utilizem combustíveis fósseis; assegurem que seus clientes respeitam os direitos dos povos indígenas e os direitos humanos como um todo; e aumentem o financiamento para uma transição energética justa e equitativa.

Plano de Ação 2023-2027

O Plano de Ação 2023-2027, aprovado na Conferência Mundial da UNI Finanças, estabelece estratégias globais a serem adotadas pelas entidades representativas de todo mundo a partir dos seguintes eixos principais:

A união faz a força

  • Sindicalização através da organização
  • Representação também global em empresas multinacionais (acordos globais)
  • Proteger e ampliar a negociação coletiva
  • Cobrar responsabilidade das empresas na garantia do direitos dos trabalhadores a se organizarem, a negociação coletiva e a greve

Sindicatos fortes para uma economia sustentável e uma transição justa

  • Lutar pelo trabalho decente
  • Tornar o financiamento sustentável uma realidade
  • Mudança climática e justiça
  • Regulação do mercado financeiro

Uso da tecnologia no setor financeiro

  • Impacto da digitalização no emprego; reestruturação, formação e desenvolvimento, condições de trabalho saudáveis.
  • Garantir os direitos aos dados digitais: privacidade dos trabalhadores e direitos de dados, vigilância, inteligência artificial, gestão algorítmica.

Democracia e Direitos Humanos

  • Assegurar espaços democrático e respeito pelos direitos humanos.

Fonte: SP Bancários

Deixe um comentário

Sign Up to Our Newsletter

Be the first to know the latest updates

[yikes-mailchimp form="1"]