Na semana passada, a jornalista Mônica Bérgamo, da Rádio BandNews, levantou a questão sobre a cobertura que a imprensa brasileira fez da visita de nosso mandatário maior a determinada região conflituosa. Dizia ela que, enquanto a cobertura se restringia à superficialidade, deixou de registrar que, junto com a comitiva presidencial, viajaram 80 empresários e homens de negócios, que têm interesse em negociar com Israel e com a Palestina.
Montesquieu falava que a atividade comercial traz enriquecimento material e cultural, promovendo a interação entre diferentes culturas de forma mais civilizada, estimulando o poder de diálogo e negociação. Contudo, a imprensa elitista, muito bem ilustrada por Boris Casoy e seu comentário sobre garis, prefere ‘imbecilizar’ e trazer o debate para o periférico, o rasteiro, o superficial.
Mônica Bergamo citou o caso de um executivo da Suzano que fez contatos tanto com palestinos como israelenses, bem como uma construtora brasileira com possibilidades de contratar obras para canalização Mediterrâneo-Mar Morto. O esforço do atual governo em abrir frentes comerciais nunca foi devidamente noticiado, destacando-se sempre questões menores e mais condizentes talvez com a revista Caras.
O “Aerolula “ foi tratado de uma maneira histérica até. Era uma ferramenta de trabalho que se mostrou útil quando avaliado o progresso do comércio exterior brasileiro nos últimos anos. Imaginemos o que seria do Brasil se dependesse, como no governo FHC (americanófilo), do percentual de comércio com os EUA. Estaríamos em maus lençóis.
Mas o Brasil, de 2003 a 2009, abriu novas frentes comerciais. Para se ter uma idéia, o último chefe de Estado brasileiro a visitar o Líbano foi D. Pedro II. Frentes comerciais na África, América do Sul foram desqualificadas ou ironizadas pelo latifúndio midiático americanófilo. Trouxeram resultados e ainda trarão nos próximos anos. Mas o que importa para nossa imprensa “imparcial” e “independente” são as sutilezas preconceituosas em relação ao nosso presidente “analfabeto”, “tosco”, não “refinado”.
Um quadro comparativo pode ser um ponto de partida para análises mais técnicas e menos passionais, resultado de uma política que nunca foi tratada com a devida seriedade pelo latifúndio midiático.
FHC
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1995
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1996
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1997
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1998
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1999
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2000
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2001
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2002
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Saldo Balança comercial (FOB)
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-3466
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-5599
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-6753
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-6575
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-1199
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-698
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2650
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13121
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LULA
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2003
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2004
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2005
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2006
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2007
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2008
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2009
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Saldo Balança comercial (FOB)
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24794
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33641
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44703
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46457
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40032
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24836
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25347
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