Sindicatos de todo o país protestam contra ajustes nos resultados que escondeu R$ 1,9 bi de lucro
Após 15 dias de greve, os bancários que atuam no HSBC em todo o Brasil, cruzam novamente os braços nesta quarta-feira, dia 28 de outubro. A atividade está sendo chamada de “Dia da Indignação”. Os trabalhadores estão revoltados com a atitude do banco inglês que quer pagar uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) muito injusta. No primeiro semestre do ano, o HSBC reduziu artificialmente seu balanço para 10% do lucro real, o que compromete a PLR paga aos bancários. Na prática, os bancários receberiam menos da metade da PLR de 2008.
Em Curitiba, a paralisação será de 24 horas e atingirá todas as sedes administrativas do banco (Hauer, Xaxim, Palácio Avenida e Kennedy) e cerca de 40 agências. A expectativa dos trabalhadores é que não haverá expediente em praticamente 100% das unidades do HSBC de Curitiba e região.
Com a alteração, o lucro do HSBC foi reduzido de R$ 2,1 bi para R$ 250 milhões. Mais de R$ 1 bi foi provisionado para “despesas que podem vir a acontecer”. O banco anunciou no dia 21 de outubro que pagaria aos seus funcionários, como antecipação da PLR, o valor de 39,84% do salário mais R$ 453,01 fixos, além de R$ 251,75 referentes à PLR Adicional (2% do lucro líquido distribuídos linearmente para todos os funcionários). A estimativa é de que, sem a provisão exagerada, os bancários ganhariam uma PLR em torno de R$ 1,3 mil até R$ 1,5 mil a mais. Por outro lado, para acionistas e altos executivos o banco calcula o bônus sobre os R$ 2,1 bilhões.
Novas mobilizações estão previstas ainda para esta semana nas agências do HSBC em todo o país. Os bancários exigem uma PLR calculada a partir do verdadeiro ganho do banco e não fruto do lucro rebaixado artificialmente pela empresa. Além disso, a categoria continua reivindicando melhores condições de trabalho e de atendimento aos clientes.
