Banco apresenta novo ponto de corte de DJO de R$ 400 mil e funcionários reclamam de sobrecarga e falta de treinamento
Na última segunda-feira, 15 de janeiro, foi realizada nova audiência de conciliação, no Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) entre o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região e o Banco do Brasil, para tentar resolver a denúncia de desvio de função e a transferência do risco do negócio, medidas adotadas pelo banco que prejudicaram os funcionários com o cargo de Caixa. A audiência não teve acordo e o banco pediu mais 20 dias úteis para trazer uma solução para o problema. Nova audiência deve ser realizada após esse período.
Paralelo a isso, no mesmo dia, o banco alterou a alçada de pagamentos DJO (pagamento do alvará judicial) para R$ 400 mil (no ano passado, o BB já havia aumentado o valor de R$ 19 mil para R$ 200 mil). Essa mudança fez com que vários funcionários do banco procurassem o Sindicato para denunciar a sobrecarga de trabalho e a falta de treinamento especializado para a realização da tarefa.
“Todos estão estressados e assustados com o volume das demandas judiciais/precatórios, bem como, com os valores das alçadas que estão sempre subindo. A última atualização coloca a linha de corte de R$ 400 mil. O banco não oferece treinamento para exercer esta função, tampouco suporte técnico para execução de possíveis correções”, conta o caixa número 1.
“Estamos trabalhando no limite. O volume de trabalho é enorme e, além das funções rotineiras, precisamos de concentração para realizar os DJOs da maneira correta. Função esta que deveria ser exercida em setor especializado por pessoas capacitadas e com suporte técnico à disposição”, informa o caixa número 2.
Além do desvio de função, o banco cobra metas abusivas dos caixas, referentes aos precatórios, vendas e índices de efetividade. “Os caixas estão todos esgotados. O volume de trabalho e as metas têm sido maiores do que a maioria pode dar conta”, segundo o caixa número 3.
Os funcionários tiveram uma live ano passado e o banco envia apenas normativos jurídicos e complexos sobre como executar o serviço. A falta de treinamento e a especificidade do trabalho exigem especialização e dedicação exclusiva. Quem deve assumir o risco de uma tarefa tão delicada não são os caixas, mas sim um gerente especializado.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região