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Delegados sindicais debatem importância da redução da taxa de juros

Atividade integrou a Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central e campanha #JurosBaixosJá.

Na última terça-feira, 27 de junho, os delegados sindicais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal da base do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região estiveram reunidos para debater a atual conjuntura econômica, bem como as questões específicas de cada banco. O encontro foi realizado no Espaço Cultural e Esportivo e integrou a Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central, que está sendo realizada para destacar a importância da campanha #JurosBaixosJá, que pede a redução da taxa básica de juros (Selic) brasileira.

📌 Clique aqui para saber mais sobre a Jornada de mobilização. 

Na primeira parte do debate, o economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Sandro Silva fez uma ampla análise de conjuntura econômica e política, destacando como, a partir da Lava Jato, das crises política e econômica que se seguiram e dos Governos Temer e Bolsonaro, o Brasil enfrentou uma mudança estrutural nas suas bases econômica e tecnológica, que culminou no desmonte do papel do Estado (com o Teto dos Gastos e o programa de privatizações) e na mercantilização dos direitos sociais (materializada pela liberação da terceirização, a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência).

📌 Confira a apresentação completa feita pelo técnico do Dieese. 

#JurosBaixosJá

Na segunda parte do debate, Sandro Silva abordou o histórico da política monetária do Banco Central (Bacen) e os impactos da atual taxa básica de juros (Selic) no patamar de 13,75%. “Para começar, é importante entender o que é a política monetária: trata-se da atuação de autoridades monetárias – no caso, principalmente o Banco Central – sobre a quantidade de moeda em circulação, do crédito e das taxas de juros, controlando a liquidez global do sistema econômico. Um dos seus objetivos é manter a inflação sob controle, ao redor da meta. Mas, além disso, o Bacen também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, resumiu o técnico do Dieese.

Silva explicou que a meta para a inflação brasileira​, que foi criada 1999 no Governo FHC, é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No caso do Bacen, o principal instrumento de política monetária é a taxa Selic, decidida pelo Copom​. “Sendo assim, a taxa Selic representa os juros básicos da economia brasileira e afeta outras taxas de juros na economia, operando por vários canais, que acabam por influenciar o comportamento da inflação”, afirmou o economista. Na sequência, ele apresentou uma tabela comparativa da Selic, inflação e Selic real de 1994 até os dias de hoje, fazendo uma análise histórica detalhada da taxa.

Histórico

“A taxa Selic foi um dos principais instrumentos da Âncora Cambial do Plano Real, mantida em patamar elevado entre 1994 a 1998 (de 29% a 50%), com objetivo de atrair recursos para o governo manter o Real valorizado (taxa de câmbio), tendo um custo elevado para economia, com baixo crescimento e uma aumento expressivo da dívida interna. Após a eleição de 1998, com a fuga de capitais, acabou tendo fim a Âncora Cambial, dando lugar a uma política econômica baseada no tripé econômico: câmbio flutuante, meta de inflação e superavit primário, mas mantendo a lógica neoliberal. Foi criada então a meta Selic, que caiu de patamar, mas ainda se manteve elevada (com mínima 15,25%)”, relembrou.

Segundo Silva, com a eleição de Lula e a mudança da lógica da política econômica, a Selic caiu ainda mais, chegando na mínima de 8,75% entre julho de 2009 a abril de 2010. Com a aceleração do crescimento econômico, começou a diminuir inclusive a relação entre a dívida interna e o PIB brasileiro. Já com a presidenta Dilma, a Selic teve uma queda mais acentuada, chegando a 7,25% entre outubro de 2012 a abril de 2013. Porém, com a contrariedade do setor financeiro e o agravamento das crises política e econômica a partir de 2014, a taxa voltou a subir, chegando em 14,25% em julho de 2015.

No Governo Temer, após impeachment, ocorreu a volta da lógica neoliberal e a Selic se manteve elevada por um tempo, voltando a cair somente partir de 2017, chegando em seu menor patamar em março de 2018 até agosto de 2019 (6,5%). “Ao assumir o governo, Bolsonaro voltou a baixar a Selic a partir de agosto de 2019, chegando de forma artificial, em seu menor valor 12 meses depois: 2,0%, abaixo da inflação. Porém, a partir de março de 2021, a taxa começou a subir rapidamente, chegando a 13,75% em agosto de 2022 e mantida nesse patamar até hoje”, acrescentou o economista, ao lembra que a autonomia do Banco Central passou a vigorar em 25 de fevereiro de 2021.

Impactos

Para encerrar, Sandro Silva fez um resumo dos impactos da manutenção da Selic em 13,75%. “Na economia, o aumento dos juros e, por consequência, do custo do dinheiro gera desaceleração do crédito, redução dos investimentos, aumento da especulação financeira e desaceleração econômica, entre outros”, apontou. “Já para o Governo Federal, os juros altos impactam em desaceleração do crescimento da arrecadação, afetando o orçamento público, as políticas públicas e os investimentos, além do aumento dos gastos com juros da dívida pública”, acrescentou.

O técnico do Dieese aponto, então, que todos esses fatores impactam diretamente a sociedade e a população brasileira, pois, com os juros altos os empréstimos e financiamentos ficam mais caros, reduzindo o nível de consumo e provocando a desaceleração da economia como um todo. Esse movimento impacta negativamente no mercado de trabalho, dificultando a geração de emprego e a distribuição de renda. “Vale lembrar que, no Brasil, a alta da inflação ocorrida entre 2020 e 2022 não se deu em virtude do aumento da demanda, mas sim de problemas de oferta, situação agravada pela política de preços da Petrobrás e pela política do setor agrícola”, destacou. “Ou seja, com a Selic em 13,75%, a grande maioria da sociedade não se beneficia, ao contrário, sai prejudicada pelo aumento da concentração de renda e o enriquecimento de poucos”, concluiu.

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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

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