Luta por mais saúde inclui mais contratações, menos metas, fim do assédio moral e fortalecimento do Saúde Caixa.
Diante do assédio moral organizacional e da onda de adoecimento mental que assola a categoria bancária, o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região continua exigindo da Caixa Econômica Federal melhores condições de trabalho para seus empregados. “O ambiente de trabalho não pode ser fonte de sofrimento e gerador de adoecimento. Por isso, estamos cobrando da nova gestão da Caixa agilidade nas mudanças, para que tenhamos de fato uma gestão humanizada e que coloque as pessoas em primeiro lugar”, explica Antônio Fermino, presidente do Sindicato.
Mais contratações
Na primeira reunião do ano do Grupo de Trabalho (GT) sobre condições de trabalho, realizada em 03 de março, os representantes dos trabalhadores cobraram da direção do banco a urgente necessidade de recomposição do quadro de funcionários. O encontro teve presença de gestores de diversas áreas, como de tecnologia, infraestrutura e gestão de pessoas, além de dirigentes sindicais e empregados.
“É imprescindível a contratação de mais empregados para a Caixa, pois todos os colegas estão sobrecarregados, especialmente aqueles que trabalham em agências, atendendo a população. Além disso, ainda temos concursados de 2014 esperando até hoje pela convocação. Com mais contratações, será possível melhorar não só as condições de trabalho para os empregados, bem como proporcionar um melhor atendimento para a população”, justifica Felipi da Silva Magalhães, representante do Sindicato no GT.
Também foram temas da reunião as questões específicas das pessoas com deficiência (PCDs), a retomada do Comitê de Realocação e a retomada do Programa Fique Bem, que aglutina ações e soluções para a saúde de forma ampliada e saúde no trabalho (saiba mais sobre a reunião aqui).
Menos metas
Já na segunda reunião do GT, realizada em 04 de abril, os representantes dos trabalhadores destacaram que cobrança de metas é o que mais tem causado adoecimento na Caixa. “Queremos debater sobre a forma como será feita a cobrança e, também, sobre como estas metas serão estabelecidas”, destacou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, ao lembrar que a presidenta do banco, Rita Serrano, disse que o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) será revisto. “O que substituirá a GDP?”, questionou.
Os trabalhadores também solicitaram um relatório com a quantidade e localidade de empregados afastados e os respectivos códigos de Classificação Internacional de Doenças (CID). “Não queremos nomes de empregados. Queremos apenas saber o que está levando os trabalhadores a se afastarem para tratamentos de saúde, com a intenção de tentar identificar a causa e evitar adoecimentos”, explicou a coordenadora da CEE.
Também foram temas da reunião as questões específicas das pessoas com deficiência (PCDs), a volta das pesquisas de satisfação dos empregados com o banco, formação, vacinação e contratações (saiba mais sobre a reunião aqui).
Fim do assédio moral
No dia 07 de março, o Sindicato também realizou um ato em frente à Sede da Caixa em Curitiba, para protestar contra o assédio moral praticado pela Superintendência regional. As denúncias recebidas pela entidade relatam que, além da cobrança exacerbada pelo cumprimento das metas, mensagens são enviadas no telefone particular, cobranças são realizadas fora do horário de expediente e rankings têm sido expostos, em descumprimento à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
“Nós não vamos permitir que a Superintendência continue reproduzindo ou mesmo permitindo situações de assédio moral na Caixa. Os trabalhadores merecem respeito e um ambiente de trabalho saudável”, destacou o presidente do Sindicato, Antônio Fermino, ao lembrar que a nova presidenta do banco, Maria Rita Serrano, ao tomar posse, defendeu a humanização nas relações de trabalho. “Compreendemos as limitações impostas pelo Estatuto da empresa, mas queremos que as mudanças aconteçam com agilidade, pois é a saúde e a vida dos empregados que estão em risco”, destaca.
Desde 2022, o Sindicato vem se reunindo com a Superintendência de Curitiba da Caixa para tratar de questões de cobrança de metas, assédio moral e rankeamento. A entidade exige do banco o pronto restabelecimento de um ambiente de trabalho saudável.
Saúde Caixa
Os novos membros do Conselho de Usuários do Saúde Caixa (Cusc) tomaram posse no dia 15 de março, com mandato de 36 meses. Na ocasião, os conselheiros eleitos, formados por representantes de todas as regiões do país, reiteraram o compromisso com o Saúde Caixa e a defesa do plano para todos os empregados do banco público, sempre com o foco na sustentabilidade, eficiência e transparência. Outro desafio que os usuários têm pela frente é a luta para derrubar a Resolução 42 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), uma herança do governo Bolsonaro.
“Sabemos que a luta por mais saúde para os empregados da Caixa inclui o fortalecimento do Saúde Caixa. Por isso, a atuação do Conselho de Usuários é tão importante!”, lembra João Paulo Pierozan, dirigente sindical. O Cusc foi criado em 2003 e tornou-se importante instrumento de transparência e acompanhamento da gestão financeira e administrativa do Saúde Caixa. O fórum é composto por cinco membros eleitos pelos participantes e por outros cinco indicados pela Caixa, além de seus respectivos suplentes.
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Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
